Nome:
                                    matheus
                                
                                    Cidade:
                                    salvador
                                
                                    Estado:
                                    BA
                                
                                    Data:
                                    18/03/2003
                                
                                    Joan Sutherland foi uma grande cantora, porém longe de ser uma
ótima atriz. Maria Callas foi uma grande atriz, porém sua voz está longe de ser uma bela voz. A fusão do que há de melhor entre essas duas divas inesquecíveis se resume a um nome: Caballé. Na minha opinião Dame Sutherland, o grande soprano coloratura do século XX e ao qual cultivo grande admiração, dificilmente me satisfaz como Norma, a Grand-sacerdotiza do templo de Irminsul (salvo exceções como a impecável versão ao lado de Pavarotti, e da fantástica Horne, um trio memorável diga-se de passagem). Sem desmerecer suas contribuições para o repertório Belliniano prefiro sua intonação vocal em papéis como Lucia Di Lammermoor de Donizetti. Tenho duas versões em Video e DVD da “Norma” interpretada por “la Stupenda”, ambas do “The Canadian Opera” e regida pelo seu marido Richard Bonynge e acho que honestamente, ela esta mais do que insuficientemente dramática em ambas as cópias. 
Norma é minha ópera predileta e as vezes imagino Maria Callas interpretando o papel titulo dessa que é a obra prima de Bellini. Tenho alguns documentos tanto em áudio como em vídeo, porém gostaria muito de contemplá-la ao lado de Di Stefano ou Corelli em duettos como “In mia man alfin tu sei” ou simplesmente vê-la bater o Gongo sagrado antes de “Guerra, guerra!”. Sendo eu uma pessoa nascida quase meio século depois da Segunda Guerra Mundial infelizmente tenho que me contentar com gravações precárias que comprometem o potencial artístico de “la divina”.     
Este DVD “Bellini Norma” com Caballé, Vickers e Veasey gravado ao vivo em 1974 no “Antigo Teatro da Orange” não é simplesmente uma ópera no sentido pleno da palavra. É um espetáculo audio-visual que, certamente, deixará qualquer amante da música erudita ou do Bel-canto embasbacado. Os interpretes em atuações viscerais fazem desse DVD um documento indispensável em qualquer coleção. Em nome de Bellini agradeço a “La Superba” por uma Norma carregada de técnica, beleza e dramaticidade que entrou para a história do mundo da ópera.